sexta-feira, 20 de junho de 2008

Encontro anual do BART 3873

Realizou-se recentemente mais um encontro anual, desta vez na Pampilhosa do Botão, dos camaradas do BART 3873.
A Cart 3492 esteve, como de costume, muito bem representada.
Até o Brito e o Gonçalves Dias apareceram.
Ficou mais ou menos assente fazermos um encontro só da nossa companhia no dia 4 de Outubro (sábado) em local a designar mas muito provavelmente na zona de Leiria (Monte Real).
Todavia aceitam-se sugestões.
Segue o link para as fotos do encontro:

As perigosas areias movediças do Cusselinta

Salvamento "in extremis" das perigosas areias movediças do Cusselinta nas margens do Curubal e imagens das crianças do Xitole.

A aldeia cresceu muito, especialmente na sua população infantil. Foi preciso aumentar a escola que deixou a antiga casa cor-de-rosa do chefe de posto para passar para instalações novas construidas onde era a "ferrugem", o nosso depósito de armas e o posto de socorros.

Em breve seguem fotos

Divirtam-se (se puderem) a ver isto.

Alvaro Basto

segunda-feira, 9 de junho de 2008

A 1ª mina do BART 3873?

No início da nossa estadia no Xitole e salvo o erro, logo na primeira coluna vinda de Bambadinca à qual a nossa Companhia montou segurança, calhou-me, a mim, e ao meu pelotão, como não podia deixar de ser, o ponto mais afastado do Xitole para montar segurança à dita cuja.
Se bem me lembro era junto a um pequeno pontão, (não me lembro do nome, Jagarajá?), pois a partir daí era terreno da Companhia de Manssambo [, a CART 3493, 1972/73].
Aí chegados enquanto colocava o pessoal na mata, os guias e picadores foram picando a estrada junto ao pontão e chamaram-me porque tinham detectado uma mina.
As penas de periquito ainda esvoaçavam por todo o lado e, cheio de sangue na guelra, decidi levantar a mina.
Mandei afastar os que estavam mais perto e lancei-me ao trabalho, não me lembrando agora se tive alguma ajuda no início.
Depois de escavar a coisa, passou-se à parte mais difícil que era desarmar o detonador, para depois, pelo sim pelo não, puxar a dita mina com uma corda, não fosse o diabo tecê-las.
A mim pareceu-me que tudo isto demorou uma eternidade, mas segundo me disseram até foi rápido. Sei que suei rios de água e não era por causa do calor.
Lembro-me de pensar em desistir a meio e rebentar com aquilo, mas o orgulho e o pensar o que é que o pessoal vai dizer, levaram-me a continuar e acabar o trabalho.
Ao que sei, foi a primeira mina levantada no Batalhão [BART 3873, Bambadinca,1972/1974).
Na minha fraca memória, vem-me à ideia que deixámos uma qualquer mensagem de ronco no sítio da mina.
Enfim, gabarolices!
Diziam que pagavam não sei o quê pelas minas levantadas, mas não me lembro de ter recebido nada.
Mais tarde e já no Pel Caç Nat 52, com o clima e outras coisas, cometia a rematada estupidez louca de ir pisando o caminho à frente do Pelotão, o que os soldados africanos muito apreciavam, só me valendo o facto de Deus nunca estar distraído.
Envio prova fotográfica do feliz evento, chamando a atenção para a qualidade da revelação da fotografia, feita num estúdio de um qualquer curioso militar no Xitole, do qual não lembro a identificação.
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Joaquim Mexia Alves
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Nota: Se esta história não está bem contada, e eu estou para aqui armado em "herói", peço que a rectifiquem, pois a memória já não é o que era.