quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
3º ENCONTRO ANUAL
E afinal já não é no dia 24 de Outubro, mas sim em
7 de Novembro,
em Monte Real e no mesmo restaurante da Pensão Montanha.
A ementa será:
Entradas (que já todos conhecem).
Sopa de Feijão à Lavrador.
Leitão.
Doces e queijos.
Café e vinhos.
Tudo pela módica quantia de 15,00€.
Para dormidas têm de dizer com antecedência.
Estamos limitados a 80 lugares pelo que pedimos a todos que esses lugares sejam para o pessoal da companhia, esposas e filhos menores.
Os outros familiares terão de ficar em lista de espera, pois não faz sentido não haver lugares para aqueles que serviram na CART 3492.
Inscrevam-se rapidamente para podermos saber quantos lugares ficam disponíveis.
Até Monte Real!!!
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
3º ENCONTRO ANUAL
RECTIFICAÇÃO
Conforme já se encontra publicado abaixo, relembro que o nosso 3º Encontro Anual não pode ser efectuado no próximo dia 5 de Outubro por indisponibilidade do restaurante.
Em breve publicaremos a data certa que em princípio deverá ser no penúltimo sábado do mês dia 24.
Álvaro Basto
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
REENCONTROS
Há uns tempos atrás recebi a seguinte mensagem de correio electrónico:
Bom dia. Venho falar por parte do meu padrasto, Arcanjo Oliveira do cart 3492 no xitole, de 1971 a 1974, que gostaria de o conhecer ( ou reconhecer), para falarem e encontrar os camaradas dessa companhia e mais alguma coisa que surja. Caso queira contactar pode ligar para o 234943665 ou para o 917181741.Pode ligar a qualquer hora que neste momento ele está de férias. Com os melhores cumprimentos. Ricardo Santos e Arcanjo Oliveira Consultada a velhinha lista do pessoal da CART 3492, lá aparecia o nome do Arcanjo da Silva Oliveira. Na minha subsequente resposta, pedi ao Ricardo e ao Arcanjo fotografias dele lá no Xitole e da actualidade e prontamente lá recebi nova mensagem com um extenso anexo onde se podiam ver as fotos que reproduzo abaixo. Quem se recorda dele? Decerto todo o pessoal do 2º pelotão bravamente (!) comandado pelo Xico Silva de Lisboa. Em conversas posteriores o Arcanjo mostrou grande vontade de se juntar a nós e a melhor oportunidade será a do nosso 3º Encontro Anual que se realizará em Monte Real no dia 5 de Outubro. Um grande abraço ao Arcanjo e lá contamos com ele em Monte Real no próximo dia 5.
Álvaro Basto
O Arcanjo Oliveira nos nossos dias
O Arcanjo no Xitole
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
O Nosso 3º ENCONTRO ANUAL
No próximo dia 5 de Outubro, uma segunda feira e último dia de um fim-de-semana prolongado, vamos organizar o nosso encontro anual de novo em Monte Real, perto de Leiria
À semelhança do ano passado, iremos tentar contactar telefonicamente os camaradas de quem temos o respectivo numero, para assim podermos com mais certeza, sabermos quem vai estar presente e desta forma podermos melhor planear o almoço.
Quem quiser desde já garantir a sua presença pode fazê-lo, ou aqui nos comentários, ou via telemóvel para mim (965031310) ou para o Mexia Alves (962108509).
Este ano teremos a presença de pelo menos mais um camarada que se voltou a juntar às "tropas", o Arcanjo Oliveira do 2º pelotão.
Álvaro Basto
ATENÇÃO
A data de 5 de Outubro é impossível pois o "nosso" restaurante já tem compromissos.
Vamos marcar para um dos últimos Sábados de Outubro.
No ínicio da próxima semana daremos a conhecer a data do almoço/convívio, em Monte Real.
Abraço para todos
Joaquim Mexia Alves
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quinta-feira, 21 de maio de 2009
Encontros-Ponte de Lima
Em 2 de Maio passado, estava um daqueles dias lindos de Maio em Ponte do Lima a anunciar a Primavera.
Transparente e quente, parecia que a natureza nos queria acompanhar na alegria que iríamos em breve ter ao reencontrarmos velhos amigos com quem há 37 anos convivemos bem de perto durante largo tempo em África, na longínqua Guiné.
Tinha sido o dia escolhido para mais um reencontro informal.
Desta vez iriam estar presentes o Barroso, o Lima Rodrigues, o Evaristo, o Basto,o António Alfredo (o Doc), o António Silva e a Cristina, a nossa querida Cristina que, com 19 anos na altura, enfrentou corajosamente o isolamento e o perigos da guerra no Xitole. Espírito aventureiro próprio de quem é jovem, por lá permaneceu na companhia do seu companheiro na altura e nosso camarada. o Carlos Fernandes.
Estivemos todos a almoçar no "Açude" onde se come divinamente e depois, aproveitando o belíssimo dia, passeou-se pela margem direita do Rio Lima e sobretudo conversou-se muito.
Só foi pena a falta de outros camaradas que habitualmente marcam presença nestes encontros informais e que por razões diversas não puderam estar presentes.
Aqui fica a reportagem fotográfica:
Uma memória, uma emoção, uma gratidão.
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Quando eu era menino, aliás mesmo já antes de eu nascer, vivia em casa dos meus pais, uma senhora, sim uma senhora, que tendo sido empregada em casa dos meus avós paternos, (que nem a minha mãe os conheceu pois morreram no principio do século xx, com o surto, salvo o erro, da pneumónica), nunca saiu de perto do meu pai, ficando assim a viver lá em casa.
Mais velha do que o meu pai, (que nasceu em 1899), nunca quis deixar de trabalhar e assim tratava sobretudo da capoeira e, lembro-me bem, era quem embebedava o peru para o Natal.
Era carinhosamente tratada por Ti Pedrosa, e recebia sempre dois beijos de cada um de nós, meninos estudantes em Lisboa, sempre que regressávamos a Monte Real para os diversos períodos de férias.
Era família, tão família como qualquer avó muito querida, e que, mesmo tendo um pouco de seu, e mesmo depois dos sobrinhos da Argentina a quererem vir buscar, nunca quis sair de nossa casa, pois era ali que era a sua casa, a sua família.
De quando em vez fugia-lhe a palavra para o antigamente e tratava o meu pai por menino Olympio, numa ternura incapaz de aqui reproduzir, sobretudo por ver aquele homem grande enternecido por aquele tratamento tão íntimo.
Neste momento, já perguntam os meus camarigos o que é que tudo isto tem a ver com a Guiné!
Perguntam, porque já não temos a mesma paciência que ela tinha em esperar pelas férias, para ver como tinham crescido os seus meninos e quase obrigar as galinhas a porem os ovos amarelinhos, (que agora já não existem), para nós comermos estrelados em azeite, numa frigideira tão velha que já tinha a gordura “incorporada”.
Pois nos idos do mês de Abril de 1972, (mais para a frente ou mais para trás do dia 6, data do meu aniversário), recebi no Xitole uma carta, cujo envelope escrito com caligrafia vacilante, tinha inscrito no remetente: Ti Pedrosa – Monte Real.
A letra não era dela, que não sabia escrever, mas de outra empregada que a seu pedido me dava os parabéns pelos meus 23 anos e servia de cobertura a uma nota de 20$00, para eu comprar o meu presente.
Calculam como o meu coração, já de si tão mole e sensível, enviou aos meus olhos a ordem para, com uma qualquer água, afastar o pó da Guiné e lubrificar a minha vista.
Claro que aquilo não era lágrimas, eram apenas os meus olhos a protestarem pela luz tão intensa da Guiné.
Foi um oásis de ternura, na brutalidade da guerra.
Mais tarde, uns meses mais tarde, julgo que ainda na Guiné, recebi outra carta, agora com a letra redonda e bem tratada da minha mãe, que me enviava, a pedido da Ti Pedrosa, uma fotografia sua, tirada nos seus oitenta ou noventa anos, que infelizmente a memória já não me deixa lembrar com precisão.
Dizia a minha mãe que a Ti Pedrosa tinha feito questão de tal envio e de que me dissesse da sua grande preocupação que o “benjamim” da família andasse por terras tão estranhas, a fazer coisas tão perigosas.
Que me cuidasse muito, tivesse cuidado com as temperaturas e que voltasse depressa e bem.
E porquê esta história agora?
Porque hoje tive uma insónia povoada de sonhos amargos, coisas da Guiné, e no meio da perturbação, da agitação, veio ao meu pensamento, (ou seria ao coração?), a imagem, a lembrança da Ti Pedrosa que lá no Alto olha por mim, tanto que pouco depois adormeci calmamente.
Claro que não podia deixar de lhe fazer esta homenagem, contando os seus gestos de ternura, que tanto amenizaram durante uns tempos, a dureza da minha vida na Guiné.
No meio das emboscadas, das minas, dos tiros, das dores, dos horrores, das horas amargas que aqui na Tabanca se vão desfiando, deixo-vos esta lágrima de amor, esta gota de ternura, este gesto de carinho, esta memória, esta emoção, esta gratidão.
Abraço-vos fortemente, meus camarigos, com um sorriso nos lábios, porque no peito de todos os combatentes, dos ex-combatentes, endurecidos pela guerra, empedernidos pela morte, ainda bate um coração sensível, que se alegra e enternece com os gestos de carinho, de amor, daqueles que por cá penaram a nossa estadia na Guiné.
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Monte Real, 20 de Maio de 2009
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Coloco aqui esta história verdadeira, claro, que foi publicada no blogue a que chamamos Tabanca Grande, porque foi passada quando estava no Xitole.
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domingo, 5 de abril de 2009
Páscoa-Guiné 1973
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Uma históra que veio da Austrália
Recebi hoje do Artur Pereira, o nosso "pastilhinhas magrinho"que reside na Austrália um email com uma história com que quiz prendar-nos por altura dos nossas 35 anos de regresso da Guiné. Também ela deve ser considerada uma homenagem ao pessoal da CART 3492 e para ele deixo aqui aquilo que penso ser a expressão dos sentimentos de todos nós:
obrigado grande amigo Artur por te teres lembrado de nós.
Álvaro Basto
Antes de iniciar algumas confissões,gostaria de enviar um forte abraço para todos os componentes da nossa CART 3492, e em especial para ti Alvaro ou Varinho, nome usado por nós enfermeiros quando nos queríamos referir a ti.
Tenho visto imensas historias no blogue da 3492, e recuando no tempo, memorias frescas do Xitole, começaram a ter vida, vida essa que eu vou tentar compartilhar com vocês.
Nos enfermeiros, tínhamos uma certa vantagem em receber galinhas, ovos, porco do mato etc, em troca por uma injecção, que muitas das vezes não passava de agua destilada.
Ainda estou para saber porque e que gostavam tanto de injecções ( pingo ).
Aproveito a oportunidade de confessar, que fui eu quem tratou da saúde dos pombos do chefe de posto, quando ele foi a Bissau em viagem de negócios.
Numa dessas alturas,eu, o Soares, o Bicho, o Victor, (todos enfermeiros) e o nosso amigo cantineiro Moreira, estávamos todos dentro da cantina a comer pombos e a beber bazucas bem fresquinhas.
Deviam ser cerca da meia noite, quando alguém bateu a porta.
Perguntamos quem era, mas não tivemos nenhuma resposta.
Continuamos a comer os pombos, até que alguém bateu à porta novamente.
Mais uma vez perguntamos quem era, e pela segunda vez não obtivemos resposta.
Continuamos a chupar os ossos dos pombos, ate que outra vez alguém bateu a porta.
Como bom lisboeta que era, não tive outra alternativa e respondi bem alto....BATE COM OS CORNOS....imediatamente ouviu-se uma voz bem conhecida dizer...Abram a porta imediatamente....é verdade meus senhores, a voz do outro lado da porta, pertencia ao nosso capitão Godinho.
Acreditem que se eu tivesse um buraco, me tinha enfiado lá.
Infelizmente para todos nós, naquela noite o capitão lembrou-se de passar revista .
Pedi não sei quantas vezes desculpa, e ele só me disse....que linda maneira de falar!!!!...
E mandou-nos todos para a cama, ainda com o sabor dos pombos nos lábios....enfim,historias da Guiné, que nos fazem sorrir um pouco.
Um forte abraço para todos.
Arthur
quarta-feira, 1 de abril de 2009
FAZ 35 AOS QUE REGRESSAMOS DA GUINÉ
Hoje de manhã, primeiro de Abril, fui agradavelmente surpreendido com um telefonema do Acácio Duarte a dizer. "Bom dia amigo. Fazemos hoje anos e por isso queria cumprimentar-te...os amigos devem-se cumprimentar quando fazem anos..."
E ele tinha razão.
O nosso regresso da Guiné foi um voltar a nascer para o mundo.
A nossa jovem vida interrompida por aqueles anos da guerra renasceria a partir daí.
E para quase todos nós, a vida deu uma volta completa, uns casaram, outros acabaram os seus cursos, outros começaram uma nova vida, um novo emprego, uma nova ocupação...
Bem hajas Acácio amigo por te teres lembrado de mim, que com esse acto quizeste mostrar que te lembravas afinal de todos nós, que há 35 anos nem queriamos acreditar na nossa sorte de estarmos vivos e sãos para reiniciarmos a nossa vida iterrompida.
Um abraço a todos
Álvaro Basto
quinta-feira, 26 de março de 2009
Um conto de Páscoa
Ainda bem que alguém se vai lembrando de vez em quando dos "camarigos" como diz o Mexia Alves.
Se estiverem de acordo, e logo a seguir à Páscoa era interessante organizarmo-nos numa das nossas tradicionais tertúlias de confraternização "off de record" ou seja fora da nossa reunião anual.
Proponham datas aqui nos comentários que local se há-de arranjar facilmente.
Um grande abraço a todos e votos de Boa Páscoa
Álvaro Basto
Um conto de Páscoa...
O “Levantamento de Rancho” que não ficou na história do BART 3873.
Corria o longínquo ano de 1972, no Domingo de Páscoa, o Oficial de Dia na CCS em Bambadinca, que acompanhava o almoço do Rancho Geral, apercebeu-se que a comida não estava lá grande coisa.
Tratava-se de uma feijoada bem aguada e pouco apetitosa.
Somando a este desconsolo gastronómico, a tristeza e angústia que todos sentiam por passarem a primeira Páscoa longe da família e dos amigos, pode-se imaginar o ambiente pouco agradável que se instalou.
Vai daí o “nosso” Oficial de Dia resolveu dar ordem para que ninguém comesse. Foi curiosa a reacção da maioria dos soldados, preocupados e alertando-o para o perigo dessa atitude, que vulgarmente se dizia que dava direito a “estadia no forte”.
Mas a decisão estava tomada, e lá foi ele apresentar o problema ao Comandante do Batalhão, que estava a almoçar com o 2º Comandante, o Major de Operações e o Capitão da CCS (mais conhecido por Joaquim Agostinho, dada a forma peculiar de colocar o “quico”).
Colocada a questão, com o ar mais marcial que conseguia e a situação exigia, recebeu como resposta, o comentário do tal capitão a dizer: “tu não sabes que um levantamento de rancho dá direito a forte!”.
Ele disse-lhe que sim, que sabia, e também sabia que era falta de educação e respeito, interromper a conversa que ele estava a ter com um superior hierárquico de ambos. Não fosse a atitude benevolente do comandante e a conversa teria azedado...
O protagonista desta “estória” perguntou ao Comandante se tinha provado a amostra do rancho geral, ao que ele lhe respondeu que sim e até estava muito boa.
Perante esta resposta previsível, porque todos sabemos que a amostra do rancho geral era sempre muito boa (porque seria?), pediu ao Comandante que o acompanhasse ao refeitório, provasse a comida e confirmasse se estava em condições.
Se assim fosse, então, em vez de ir para o Xitole na coluna do dia seguinte, iria como é óbvio para o forte.
Chegados ao refeitório, o Oficial de Dia serviu um prato ao Comandante, tendo o cuidado de não envolver muito os poucos feijões da tal feijoada, e assim, e com o tempo de espera, o aspecto da refeição estava ainda bastante pior.
A decisão magnânima do Comandante, foi a de ordenar que fizessem nova refeição e que o Oficial de Dia mandasse destroçar até a nova refeição estar pronta.
Ainda hoje, o tal alferes está por entender o olhar furibundo que o “Joaquim Agostinho” lhe deitou, quando ele com ar ingénuo lhe piscou o olho e sorriu...
E assim se concretizou o tal “Levantamento de Rancho”, que não ficou registado na história do BART 3873.
Como também não ficou registado que, no “render da guarda” do dia seguinte, o Oficial de Dia que entrou de serviço, encontrou a pistola e a abraçadeira em cima da secretária, porque o outro já tinha ido para o Xitole na coluna que tinha partido ao nascer do dia...
Esta “estória” é baseada em factos reais, mas ainda hoje me questiono, se o tal alferes não foi para o forte por benevolência do comandante, ou porque o seu destino era o Xitole...
Lima Rodrigues
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